Identificação e utilização de Trichoderma spp no biocontrole de Sclerotinia sclerotiorum

Identificação e utilização de Trichoderma spp no biocontrole de Sclerotinia sclerotiorum

Do artigo “IDENTIFICAÇÃO E UTILIZAÇÃO DE Trichoderma spp. ARMAZENADOS E NATIVOS NO BIOCONTROLE DE Sclerotinia sclerotiorum“, de GERARDA BEATRIZ PINTO DA SILVA, LEISE INÊS HECKLER, RICARDO FELICIANO DOS SANTOS, MIRIA ROSA DURIGON, y ELENA BLUME, publicado na Revista Caatinga.

O fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary é um fitopatógeno habitante do solo que infecta importantes culturas agrícolas como, por exemplos, alface, soja, feijão, canola, girassol etc. A rotação de culturas não é um método efetivo de controle, visto que o patógeno possui uma gama de hospedeiros, que aliados à persistência de suas estruturas de resistência no solo dificultam o manejo.

Por se tratar de um fungo habitante do solo seu manejo é dificultado, sendo uma alternativa o uso do controle biológico utilizando espécies do gênero Trichoderma.

Os objetivos deste trabalho foram identificar as espécies Trichoderma spp. nativas presentes em solo com (CP) e sem mofo-branco (SP), avaliar a velocidade de crescimento e o antagonismo in vitro dos isolados de Trichoderma spp. à S. sclerotiorum e verificar o potencial de biocontrole proporcionado por Trichoderma spp. microbiolizado em sementes de alface, cultivadas em substrato infestado com S. sclerotiorum.

Foram utilizados isolados de Trichoderma spp. oriundos de áreas com e sem histórico de mofo-branco ou armazenados em água. Nos ensaios in vitro foram avaliados a taxa de crescimento micelial e a esporulação dos isolados de Trichoderma spp. e controle de Trichoderma spp. versus S. sclerotiorum.
Para o ensaio in vivo sementes de alface foram microbiolizadas com Trichoderma spp. e o substrato infestado com S. sclerotiorum. Os isolados nativos de Trichoderma identificados pertencem às espécies T. koningiopsis e T. asperellum. Os isolados CP apresentaram maior taxa de crescimento micelial quando comparado aos SP e aos armazenados, enquanto que os isolados armazenados apresentaram melhores respostas na confrontação direta.

Dos oito isolados nativos de Trichoderma identificados dois pertencem a espécies T. koningiopsis e seis a T. asperellum. Todos os isolados de Trichoderma spp. utilizados foram eficazes na redução do crescimento micelial de S. sclerotiorum em meio de cultura, independente de sua origem.

Os isolados utilizados foram eficientes no controle de S. sclerotiorum, proporcionando maiores porcentagens de sobrevivência de plântulas de alface microbiolizadas, além de promoverem ganhos de matéria seca da parte aérea. No entanto, os isolados armazenados apresentaram redução na viabilidade tanto in vitro quanto in vivo, devendo-se optar, sempre que possível, por isolados nativos oriundos de áreas onde foi constatada a presença da doença em questão.